terça-feira, 23 de dezembro de 2014

NO FUTEBOL, SÓ SE É CAMPEÃO INVESTINDO

POR: JOÃO VITOR VIANA

O futebol é simples e quem comanda cada clube sabe muito bem que deve-se investir para ter o retorno desejado. Nos últimos dois anos, o Cruzeiro foi audaz, trouxe jogador importantes, pagou por eles e por isso foi campeão. Para 2015, temos um time bom, mas também precisamos investir. Vou dizer o porquê.

O Cruzeiro se mostrou um time muito bom e regular durante toda a temporada, mas não tem o perfil de jogos eliminatórios. Não tem porque não há muitos jogadores com essa característica. Willian, Everton Ribeiro, Fábio, Henrique... talvez sejam poucos os que na hora do aperto não se escondem. Contudo, não podemos nem assim dizer a um deles: "Me dá a Libertadores".

Para 2015, o Cruzeiro precisa de um jogador assim, de currículo, "mau", guerreiro, decisivo. E me impressiona muito o discurso autoritário e até surpreendente do nosso presidente Gilvan, que deixa nas costas da base o peso do título da Libertadores, fala em retorno de Anselmo Ramon e diz que o time não tem dinheiro para investir.

Bom, acho que o Cruzeiro fez, sim, investimentos altos no ano passado, mas também arrecadou muito com bilheteria e prêmios. Além disso, teve patrocínio e deve anunciar, em breve, ligação com a Caixa Econômica, que pagará ao time celeste cerca de R$ 20 milhões anuais. 

É caro manter um time como o do Cruzeiro, que tem uma folha alta e dois centros de treinamentos de primeiro mundo. Mas para ser campeão da Libertadores, Gilvan, não podemos dizer que "muitos meninos da base vão subir". A nossa geração de base não tem "Neymares", "Gansos", Robinhos" ou "Diegos". Temos, sim, uma base forte, capaz de revelar bons jogadores todos os anos, o que não era feito há muito tempo. Mas não podemos dizer a eles "Me deem a Libertadores". Não hoje, não agora.

Precisamos de um camisa 9! Precisamos de um volante "mau". Precisamos, talvez, de um zagueiro rompedor, líder, de raça, que contagie o grupo. Hoje o nosso capitão está lá atrás. Precisamos de um vice-capitão par aliderar o time dentro de campo e contagiar os 10 da linha para serem grandes campeões.

Gilvan, o discurso que tem feito parece que o Cruzeiro está a míngua, que todos os jogadores estão à venda e que a solução é por os meninos para jogar.

A solução, no meu modo de ver, é por os meninos em campo, mas no Campeonato Mineiro, para que eles já sejam testados. Na Libertadores, precisamos de ao menos dois jogadores experientes e de currículo. E não podemos economizar. Já foi um erro deixar o Alexandre Mattos sair. Outro erro foi acumular funções, o que concentra muito o poder na mão de uma só pessoa e a decisão tende a ser mais errônea.

Não queremos discursos "Perrellistas" no Cruzeiro, dizendo que tal jogador está "fora da realidade do clube". Prometeu peixe grande, cumpra! O Cruzeiro, de fato, precisa desse peixe grande, que não seria, talvez, Leandro Damião. Mas que com certeza não é Anselmo Ramon nem nenhum dos jogadores altamente limitados que estão voltando de seus respectivos empréstimos. 

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