quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Política de pés no chão: estamos a pé

Por: PC Almeida (Globoesporte.com)

Nação, o que está acontecendo com o Cruzeiro?

Afinal, qual é o planejamento para 2011?

O que pretende a diretoria para o nosso amado e idolatrado clube?

No final do ano passado a conversa era: vamos manter a base e fazer contratações cirúrgicas, dentre elas um centroavante bom no jogo aéreo. Até agora nada.

Do time do ano passado já perdemos o Jonathan, vendido como se fora uma banana podre para um dos principais concorrentes ao título da Libertadores. Daí, prometeram uma reposição à altura e, até agora nada.

Ainda prometiam um centroavante para “vestir a 9″, causando, inclusive, mal estar entre os jogadores da posição do elenco atual. Até aí, tudo bem, já que eles não resolveram mesmo no ano passado. Mas cadê o 9? Até agora nada. Só promessas.

Todos estão “fora da realidade” de acordo com uma tal política “pés no chão” defendida pela diretoria. Rafael Moura, Marcelo Moreno, Loco Abreu, Guilherme, Kleber, mas de concreto mesmo: Ortigoza, Reis e André Dias. Graças à política pés-no-chão, hoje estamos a pé de centroavantes.

Outra incoerência: O time carecia de poucas e precisas contratações, mas veio uma baciada de atacantes que, ao menos até hoje, nunca jogaram um futebol bom o suficiente para merecerem a titularidade do Cruzeiro.

De repente, outra incoerência. Esta sim, seria uma maravilhosa incoerência. Depois de tanto defenderem a política pés no chão, oferecem 2 milhões de dólares pelo zagueiro uruguaio Victorino. Seria uma contratação de peso, um cara que viria para ser um xerife, um líder que fala espanhol para a disputa da Libertadores.

Tudo bem que o dinheiro é, boa parte, de parceiros. Sendo assim, eles investem onde bem entenderem. É louvável o esforço do Dimas em trazer este importante jogador. Mas por que não há o mesmo esforço para se trazer um centroavante também?

Entretanto, o que parecia ser uma contratação incontestável, caiu no mesmo papinho mole da diretoria. Aquele que diz: “está complicado”, “acho que o Victorino não vem”, “a culpa é do empresário” e blablablá. Caramba, tudo no Cruzeiro agora tem que virar novela! O cara quer vir jogar aqui, mas parece que a diretoria está se esforçando pra melar a negociação.

Tantas novelas paralelas (Victorino, Lateral, Camisa 9) geram desconforto e só fazem prejudicar o planejamento do time.

Eu estou cansado desse lenga-lenga sem fim. Acho que não virá mais ninguém para o Cruzeiro neste início de ano. Vamos disputar a Libertadores com o time que temos. Que é um bom time, tem tudo para fazer uma boa participação na competição continental, mas, infelizmente, como coadjuvante. Não teremos no ataque qualidade suficiente para sermos campeões. As laterais também estão deficientes, onde temos o instável Diego Renan na esquerda e o apenas esforçado Rômulo na direita, e ambos não possuem reservas à altura.

O fato é que a Era Perrella no Cruzeiro não está no fim: ela já acabou. E seu fim foi anterior a si mesma. Não vemos mais um presidente atuante, motivado, querendo ser campeão. Zezé Perrella já ganhou quase tudo à frente do Cruzeiro, exceto o Mundial. Este objetivo deveria ser uma grande motivação para que ele deixe o Cruzeiro com seu nome marcado na história celeste, como o presidente que ganhou tudo. Mas isso não o encanta mais. Perrella tem outros interesses hoje e já não se importa mais com o time.

Enfim, amigos, faço deste post o meu desabafo diante de tudo que vem acontecendo no Cruzeiro. Eu estava só esperando as coisas acontecerem para me manifestar. Eu ainda nutria a doce ilusão de que este ano haveria um planejamento sério, visando a conquista da Libertadores, mas não vejo mais isso. Há muito tempo, diga-se.

Depois de 15 anos a frente do Cruzeiro, já passou da hora do Zezé Perrella passar o chapéu para outro, mais motivado e preocupado com o futebol do Cruzeiro e não apenas em comprar jogadores medianos apenas para valorizá-los e depois vendê-los. O Cruzeiro Esporte Clube, como seu próprio nome diz, é uma instituição esportiva e não financeira. Não quero o clube dando lucro ao fim do exercício, mas sim dando títulos ao cabo da temporada.

Apesar de tudo, dentro da incoerência da minha paixão, eu acredito no Cruzeiro, na gloriosa e pesada camisa celeste, na raça dos jogadores que a trajarão. Quero crer que, assim como em 1997, o Cruzeiro entre desacreditado na Libertadores e a conquiste. Os jogadores e a Nação Celeste merecem este título, mas a diretoria não.

Pelo bem do Cruzeiro, que assim seja.

Saudações Celestes!!

Nenhum comentário: